É preciso enquadrar historicamente, mais do que nunca, este dia. É preciso precisar. É preciso.
Desde 1962, o Dia Mundial do Teatro é comemorado pelos Centros do ITI, Membros Cooperantes, profissionais do teatro, organizações teatrais, universidades e amantes do teatro de todo o mundo, em 27 de março de cada ano. Este dia é uma celebração para quem percebe o valor e a importância da arte "teatro", e funciona como um alerta para governos, políticos e instituições que ainda não reconheceram o seu valor para as pessoas e para o indivíduo, e também não conseguiram realizar seu potencial de crescimento económico.
“Reunimo-nos para chorar e lembrar, rir e contemplar, aprender e afirmar e imaginar”, disse Brett Bailey (diretor de palco da África do Sul, autor da Mensagem do Dia Mundial do Teatro de 2014)
Hoje e sempre, o Teatro tem o potencial de ir ao mais fundo de nós mesmos; é assim que nos tornamos puros. Nus, vulneráveis, sinceros.
Este ano a mensagem mundial vem de Helen Mirren (traduzida por Ricardo Simões) que diz que "este tem sido um momento muito difícil para o espetáculo ao vivo e muitos artistas, técnicos e artesãos e artesãs têm lutado, numa profissão já de si plena de insegurança. Talvez essa omnipresente insegurança os tenha tornado mais aptos a sobreviver a esta pandemia com sagacidade e coragem."
Sim, o Teatro é a arte da coragem; somos artesãos exímios na sobrevivência, diríamos até que da sobrevivência emocional do ser, sempre, sempre, sempre.
Não estamos de mãos atadas, mas estamos calejados de actos que minimizam não só a nossa capacidade de invenção e reinvenção, como anulam os nossos direitos mais básicos - o que acaba por ser também um desrespeito a cada uma das pessoas que nos acompanha (mas quem somos nós, não é?).
Temos garra, temos alma, temos pulso. Continuaremos a puxar os cavalos pelas pastagens verdejantes deste nosso Teatro, deste nosso mundo íntegro. Porque quem vem nu, vulnerável, sincero, virá sempre íntegro na sua posição mais pura, individual e colectiva.
Com amor,
ANIMATEATRO